Renovigi prevê faturar R$ 1 bilhão em 2021 e vê avanços com marco legal da GD

Rodrigo Polito

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Rodrigo Polito

Publicado

19/Mai/2021 12:16 BRT

O projeto de lei 5.829/2019, que estabelece o marco legal da geração distribuída, previsto para ser votado nas próximas semanas pela Câmara dos Deputados, é importante para dar estabilidade e previsibilidade para a indústria, mesmo que haja uma compensação a ser paga por projetos do tipo pelo uso da rede elétrica. A opinião é de Gustavo Miller Martins, presidente da fabricante brasileira de sistemas fotovoltaicos Renovigi

“É bom haver essa regulação. Nossa expectativa é que ela vai ocorrer de uma forma otimista. Ela não vai prejudicar totalmente o negócio. O ‘payback’ [retorno do investimento] vai espichar um pouco mais. Acho justo haver uma compensação, até para não criarmos uma insegurança nesse mercado. Hoje, algumas empresas não estão investindo porque não sabem se, no futuro, haverá alguma mudança”, afirmou Martins à MegaWhat, “É melhor que haja uma regulação e que ela seja suave, que possibilite esse negócio”.

Criada em 2012, a Renovigi apurou faturamento de R$ 750 milhões em 2020, com crescimento de 53%, ante o ano anterior. Para este ano, a companhia prevê novo aumento, para R$ 1 bilhão.

“Mesmo no ano passado, ano que entrou a pandemia [de covid-19], conseguimos crescer relativamente bem. Vivemos quase que um crescimento exponencial”, completou Martins.

Pensando na estratégia de expansão, a companhia planeja implantar no segundo semestre um centro de distribuição na região Nordeste. Estão em estudo duas localidades: uma no Ceará e outra em Pernambuco.

“O mercado do Nordeste já é importante para nós, em termos de volumes e de vendas. E, para melhorar nossa logística e estarmos mais próximos daquela região, precisamos ter uma operação lá. Estamos com esse estudo que se iniciou no ano passado e estamos para decidir no fim do mês a questão da nossa base no Nordeste”, explicou o executivo.

A opção por Ceará ou Pernambuco se deve à necessidade de proximidade de um porto eficiente e com frequência de transporte de navios a um custo acessível, já que os painéis solares e os inversores são importados da China. Nesse sentido, tanto o porto de Suape quanto o porto de Pecém atendem às necessidades da empresa.

Sediada em Chapecó (SC), a Renovigi já possui unidades de produção de sistemas fotovoltaicos em Itajái (SC) e Louveira (SP).

Fundo de investimentos

Até junho também a companhia espera ter uma definição com relação à negociação para a entrada de um fundo de investimentos no capital da companhia. “Temos um fundo de investimentos interessado na aquisição de mais da metade da companhia. Estamos trabalhando com essa possibilidade de esse fundo entrar, para alavancar ainda mais a companhia”, explicou Martins, que contou já ter assinado um memorando de entendimentos com o fundo de investimentos.

Para o futuro, a aposta da empresa é o desenvolvimento de sistemas de geração distribuída a energia solar “off-grid”, ou seja, isolados da rede. O equipamento contém uma bateria de lítio para armazenar energia nos períodos em que não há produção de energia. O sistema permite associar quatro baterias de 9,6 quilowatts-hora (kWh) por inversor e até dez inversores para aumentar a capacidade.

Segundo o diretor Comercial, de Marketing e Novos Negócios da Renovigi, Antônio Carlos Fredrico, o equipamento tem potencial de utilização em regiões isoladas, não conectadas à rede de energia elétrica. “Em vez de utilizar diesel, é possível utilizar um sistema de baterias, muito mais limpo, silencioso, seguro, não poluente. É uma alternativa bem interessante”, completou o executivo.