Volume de energia contratado no ACL registra queda de 30% em 2022

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

17/Mar/2023 13:07 BRT

Categoria

Mercado livre

O volume de energia contratada no Ambiente de Contratação Livre (ACL) no Brasil caiu 30% em 2022, na comparação com o montante negociado no anterior, conforme mostra estudo divulgado este mês pela consultoria Clean Energy Latin America (Cela).

Entre os motivos que justificam a redução, está à queda nos preços dos contratos de compra de energia (PPA, na sigla em inglês) no curto prazo, o aumento nas taxas de juros e a elevação dos investimentos de implantação de projetos (Capex) nos empreendimentos de geração centralizada com as fontes renováveis, o que pode ter impactado na retração da contratação de energia no longo prazo no ACL.   

Embora o volume contratado tenha decaído no último ano, o mercado registrou um número maior de contratos no período, saltando de 15 PPAs assinados em 2021, para 22 PPAs celebrados em 2022, e que equivalem a 516 MW médios contratados.  

“Percebemos, no último ano, uma maior aposta no mercado livre de projetos de autoprodução de energia, modalidade que viabilizou os PPAs ao longo 2022, inclusive em nova modalidade de autoprodução com arrendamento de usinas pela primeira vez”, afirma Camila Ramos, CEO da Cela.

O estudo da consultoria traz, ainda, os PPAs assinados entre janeiro e dezembro de 2022, que somam 111 PPAs das fontes eólica e solar no ACL, equivalente a 3.093 MW médios contratados. Desses, 75 são PPAs de solar e 36 são PPAs de eólica, distribuídos em 2.008 MW médios de solar e 1.086 MW médios de eólica

A pesquisa da Cela foi realizada em parceria com a AES e com a Celeo, empresa de desenvolvimento, investimento e gestão de infraestrutura energética. A consultoria entrevistou as principais empresas geradoras de renováveis para coletar as informações sobre os contratos de longo prazo, entre janeiro e março de 2023.