Gás natural deveria ser três vezes mais barato para viabilizar metanol nacional, diz EPE

Segundo levantamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o preço do gás natural precisa cair cerca de três vezes para viabilizar a instalação de uma planta de metanol no Brasil. Atualmente, o país importa todo o insumo, que é utilizado na produção de biodiesel e de compostos como eteno e propeno.

A EPE considerou cenários que variavam quanto a taxa de desconto (de 8% a 12%), investimento total (US$ 739 milhões a US$ 903 milhões) e preço do metanol (US$ 330 a US$ 310 por tonelada). Dos 75 casos analisados, 65 deles seriam competitivos com o preço do gás entre US$ 4 e US$ 7 por milhão de BTU, com impostos. Atualmente, o preço do gás no país para o consumidor final industrial é de US$ 19 por milhão de BTU, com impostos. Na média, isso significa que o custo do combustível precisaria cair cerca de 3,5 vezes para tornar a produção de metanol competitiva no país.

Para a produção de mil m³ de metanol, são necessários 1,1 mil m³ de gás natural. Por sua vez, a aquisição de 1 litro de metanol como matéria-prima corresponde, em média, à produção de 8 litros de biodiesel, segundo a EPE.

A entidade também destacou alguns desafios para novos investimentos em metanol no país, como questões tributárias, ambientais e normas técnicas em revisão associados ao metanol e biocombustíveis – como, por exemplo, o biometano. A infraestrutura nacional, a disponibilidade de gás natural e a logística no país são outros gargalos.

O estudo foi elaborado no contexto do programa Gás Para Empregar, do Ministério de Minas e Energia (MME).